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sexta-feira, 10 de junho de 2016

Será uma mentira mesurável?


Será uma mentira mesurável?


Quando estava à espera do comboio, uma míuda no meio de um grupo de jovens galhofeiros, dizia para outro:
- Ganda peta, que treta tão grande, mano!

As expressões, ganda peta, treta tão grande, deixaram-me a pensar:
Será que uma mentira é mesurável? Se, como é que a medimos?
Sim, qual é a media padrão? 
Quilo, litros, metro, outro tipo de medida?
Sem medida padrão, como podemos dizer que é grande?
Estamos a comparar com o quê?

Uma mentira, é sempre uma mentira, indiferentemente das consequências que nos traga, que nos vai trazer, como dos danos que iremos causar, que vamos causar. 
Possivelmente está relacionado com a previsão que temos dos danos que a mentira irá provocar. O que desconhemos no momento em que contamos.

Aprendi com os meus pais, e já diziam os meus avós, que a mentira tem a perna curta. 
Todos conhecemos o provérvio português: "Mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo".

Aprendemos com a experiência de vida, ou já deveriamos ter aprendido, que mais dia menos dia, a estória que inventamos, por vezes por piedade, há realidades que são muito duras, outras, por razões menos nobres, que a trama que engendramos vai ser descoberta.
Ainda não consigo responder ao que nos leva a mentir: satisfação do ego, momento de incosciência?
Sei, é que as consequências vão ser pagas. 

Será que a peta que inventamos compensa o que vamos pagar?

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